Entre os dias 21 e 29 de junho, o evento promoveu performances, exposições e oficinas com artistas de Cataguases, Juiz de Fora, Belo Horizonte e Rio de Janeiro
Escrito por Júlia Ennes
Conteúdo atualizado em: 04/07/2024
A primeira Semana de Arte de Cataguases movimentou a cidade, entre os dias 21 e 29 de junho, com uma programação variada, gratuita e em diferentes pontos da cidade. Abraçando a temática “Por uma perspectiva decolonial: Ancestralidade e Negritude”, o evento teve o objetivo de celebrar e expressar o conceito de arte decolonial, por meio de diferentes linguagens e manifestações artísticas.
Idealizado por Mariela Oliveira, do Studio Catá Arquitetura, e Marcus Diego, do Grupo Girarte, a Semana de Arte de Cataguases reuniu importantes nomes das artes de Cataguases, Juiz de Fora, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. A programação contou com uma exposição coletiva, apresentações artísticas, ações formativas, exibição de filmes, rodas de conversas, feira gastronômica e performances com intervenções em monumentos arquitetônicos da cidade.
Ao longo da semana foram promovidas dezenas de atividades em diversos espaços: Praça da Estação, Chácara Dona Catarina, Animaparque, Praça Paulo Viana, Casa de Maria, Monumento a José Inácio Peixoto, e escolas municipais no bairro Ana Carrara e distrito Glória.
A Semana de Arte de Cataguases 2024 foi uma realização do Studio Catá Arquitetura e do Governo do Estado de Minas Gerais, com patrocínio do Grupo BAUMINAS, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, apoio de Fundação BAUMINAS, Prefeitura Municipal de Cataguases, Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, Animaparque e SENAI/SESI, e parceria do projeto Girarte, ONG Contato, UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais) e Vila Santana.
Temática
Para o desenvolvimento da temática, a Semana de Arte de Cataguases contou com a consultoria da pesquisadora, crítica de arte e professora adjunta da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Alessandra Simões. “Uma autêntica revolução está em curso nas artes brasileiras. Trata-se da virada decolonial, protagonizada por artistas que demarcam seus territórios com trabalhos que desafiam as estruturas opressoras do colonialismo e o sistemático apagamento de suas memórias e subjetividades”, explica Alessandra, que também é autora do livro “A Virada Decolonial na Arte Brasileira”.
Ao trazer a temática “Por uma perspectiva decolonial: ancestralidade e negritude”, a Semana de Arte de Cataguases 2024 buscou mostrar a importância de uma arte mais diversa, engajada e interseccional, que lute no combate às injustiças sociais. “Ao unir arte e ativismo, estética e política, estas poéticas propõem novas possibilidades de ruptura com a ordem tradicional, apostando na renovação das linguagens e na aproximação cada vez maior entre arte e vida”, destaca Alessandra.
Mariela Oliveira, responsável pela coordenação geral do evento, evidencia ainda o ineditismo da iniciativa e o impacto positivo na cidade. “Essa abordagem [da decolonialidade], muito difundida no meio acadêmico, transborda no cotidiano da população, reforçando a necessidade de desenvolvermos uma arte que vai além do entretenimento e nos faz refletir sobre uma arte política, capaz de combater as injustiças sociais. Além de incentivar a economia criativa, abrindo espaços para interações com comerciantes locais diversos e ligados à economia solidária”, reforça Mariela.
Exposição de arte segue até 5 de julho
A programação oficial da Semana de Arte de Cataguases chegou ao fim, no último sábado (29), porém, a exposição coletiva continua aberta ao público até a próxima sexta-feira (05/07), no Museu Chácara Dona Catarina.
Com curadoria de Mariela Oliveira, a exposição coletiva da primeira Semana de Arte de Cataguases reúne obras de Francisco Nuk (Belo Horizonte), Samuel Maria (Cataguases), Renaya Dorea (Rio de Janeiro), Felipe Stain (Juiz de Fora), Fênix Artivista (BH), Julianismo (BH), Francisco Silva (Cataguases), Karine Mageste (BH), Fabiano Banna (Cataguases), Igor Dias (Cataguases), Ana Elisa Gonçalves (BH), Alcione Martins (Cataguases), Angélica Braz (Cataguases) e estudantes dos cursos de Técnico em Vestuário e Técnico em Modelagem do SENAI/FIEMG.